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Vamos Falar Sobre Liderança?


Certa vez fui mencionada – junto a outros que muito respeito – como líder sábia e sensível ao Espírito Santo. Poderia ter sido mais uma frase jogada ao vento ou uma forma de reconhecer dedicação, mas o fato é que a frase ecoou na minha mente e assolou meus pensamentos durante a noite. Como introvertida convicta que sou, passei a me questionar se eu era merecedora do elogio e, independente da resposta, se as pessoas me viam assim e quais seriam as implicações disso.


Para tentar organizar o turbilhão de pensamentos que me invadiu precisamos entender o conceito de liderança. “Liderança é a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e os influenciando de forma positiva. O líder tem a função de unir os elementos do grupo, para que juntos possam alcançar os objetivos do grupo.” A partir disso entendo que há líderes que assim foram instituídos e há aqueles que apesar de não possuírem cargos, são capazes de dominar essa arte: o tal do líder nato.


Atrair seguidores. Influenciar de forma positiva. Promover união do grupo para alcançar os objetivos. Nossa! Tudo isso é sobre ser parecido com Jesus. Ele atraía multidões mesmo em condições adversas, sem garantia de regalias e sob um sol escaldante. Entretanto havia uma coisa que supria todos os negativismos, que era, e ainda é a fonte de água viva que mata a mais profunda sede de incontáveis pessoas e continua a jorrar. A presença dEle, seus ensinamentos, eram o que bastavam. Claro que líderes cristãos não podem fornecer essa água, mas devem mostrar o caminho até ela e além disso caminhar junto com os que os seguem a fim de que o objetivo seja alcançado: glorificar o nome daquele que nos criou.


Outra questão pairava sobre mim: Um líder (nato ou instituído) só é líder se tiver seguidores e se esses o reconhecerem como tal. Esse reconhecimento pode vir através do medo, de imposição, da supervalorização por parte dos liderados ou da constatação de que a função está sendo levada a sério. E quando ele não vem? Aí uma análise de postura se faz necessária, já que o reconhecimento está atrelado ao respeito, obediência e até admiração por parte dos seguidores.


Com isso volto ao ponto de partida: sou, na medida do possível, digna de ser reconhecida como líder? Sinceramente ainda não sei a resposta, mas Deus me fez entender que o ponto não é esse. O que Ele realmente quer é que eu, que nós, nos aperfeiçoemos cada vez mais no exercício da liderança, afinal todos que dizem seguir a Cristo devem dominar a arte de influenciar o meio no qual está inserido. “Liderança é ação, e não posição” (Donald McGannon). Devemos influenciar sem imposições, mediante o serviço, com amor e, principalmente, sendo exemplo! Ninguém em sã consciência escolheria seguir alguém cujo exemplo não fosse íntegro e digno de admiração.


É engraçado como o evangelho muitas vezes é paradoxal para nossa pequenez, e cá entre nós, é isso que me fascina: conceitos inicialmente contraditórios tornam-se complementares mediante a revelação do Espírito na Palavra. Somos discípulos (seguidores) de Cristo e simultaneamente devemos ser líderes. Vejo isso como o conceito de ser embaixadores de Cristo. O representamos aqui na terra, logo devemos influenciar (liderança), lembrando que só se representa algo do qual faz parte, do que se tem propriedade ou semelhança (discípulo).


Vou encerrar esse texto um tanto desconexo com a citação de um poeta mexicano que recebeu o Nobel de Literatura de 1990: “Se os líderes lessem poesia, seriam mais sábios.” - Octavio Paz. E que maior poesia há senão aquela que nos conta a história do verdadeiro amor? Uma história completa, rica em detalhes e que te convida a se afogar sem perder a respiração. Sou uma eterna amante de poesia e digo que não há poesia maior do que a Palavra de Deus.

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